No meio de tanta complexidade e jogo táctico, qual será a melhor estratégia negocial para Portugal?
Mostra a evidência que, em geral, o modelo de PAC que se formou na sequência das reformas desde 1992 foi no geral positivo, se tivermos em conta designadamente a evolução dos rendimentos em série longa. Na verdade, sendo grandemente deficitário, Portugal só marginalmente beneficiava da política de preços e mercados, que à época absorvia a quase totalidade do orçamento da PAC. Com as reformas, os agricultores começaram a receber um apoio visível, apesar de ser consideravelmente mais baixo do que o da maioria dos seus congéneres da antiga U.E.15 devido ao critério das produtividades históricas. Consequentemente, como não é de prever um aumento global do orçamento da PAC, convinha-lhe uma negociação que conduzisse a uma alteração dos critérios de atribuição das ajudas, assim como o deslizamento por mais 10 ou 15 anos da decisão de acabar com as quotas leiteiras, já que a sua revogação pura e simples se afigura politicamente mais difícil.
A PAC do pós 2013: contexto, debates, e expectativas (Arlindo Cunha)
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